quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Dijon, França: Dez pontos turísticos

A capital da Borgonha reúne arte de peso, gastronomia de primeira e um flair todo particular. Tudo sempre regado a muito vinho, claro. Aliás, um dos mais elegantes produzidos em toda a França. Pelo menos é o que dizem os enólogos locais! Mais do que as atrações turísticas, o dia a dia na urbe parece mesmo roteiro de filme europeu. Locais fazem fila na frente da padaria e saem com suas baguetes embaixo do braço. O cestão de pães já é até deixado do lado de fora. Sem contar que qualidade e sabor são levados muito a sério por essas bandas. Degustam-se pelo menos 50 queijos em uma fromagerie até escolher qual levar para o lanche da tarde. E enquanto alguns tomam fumegantes xícaras de café nos arredores do mercado central, outros fazem passeatas contra acordos comerciais de propostas duvidosas.

Dijon foi capital dos duques de Borgonha do século 11 ao 15. Durante a era de ouro da cidade (você ouvirá falar o tempo todo de Felipe, o bom; João, o destemido e Felipe, o bondoso), pintores, escultores e arquitetos foram trazidos à Dijon, transformando-a em um dos principais polos artísticos europeus. Tente passear sozinho em uma madrugada durante a semana e aproveite as ruas vazias de paralelepípedos com seus prédios históricos. Um roteiro por aqui oferecerá, em geral, degustações de vinhos e mostardas, a possibilidade de descobrir sua fragrância personalizada de perfume ou o chapéu que melhor cai no seu rosto, além de uma boa dose de gastronomia. Tudo entre uma visitinha e outra pelas dez atrações turísticas mais legais de Dijon.  

1. Palácio dos Duques 

Um dos principais programas aqui é o palácio dos duques e do Estado da Borgonha, com sua fachada neoclássica, bem em frente a suntuosa praça da libertação, de 1686. Aliás, com uma bela fonte multicor, super convidativa à passeios noturnos a dois. A antiga fortificação abriga o Museu de Belas Artes (Musée des Beaux-Arts) e a Torre do “Felipe, o bondoso” (já começou, tá vendo?!). Em uma das escadarias, um quadro com os direitos do homem e do cidadão, fruto da revolução francesa, decora a parede esverdeada (Ok, com uma moldura brega, dourada meio rococó). Para subir na torre, um resquício dos tempos medievais da cidade do século 14, é preciso se juntar a um tour. Vale muito a pena. Não só pelos sete andares decorados com esculturas ícones da cidade, mas principalmente pela vista que descortina. Pense em um senhor charme, daqueles todo seguro de si!

2. Museu de belas artes

Os cômodos do castelo que abrigam a exibição já valeriam a visita por si só. Mas o principal destaque mesmo é a sala das tumbas – chamada mais educadamente de salão da guarda. Ali pode-se visitar os túmulos decoradíssimos do duque “João, o destemido” e "Felipe, o corajoso”. Esculturas dos duques, guardadas por leões e anjos de asas douradas, compõem o ambiente. O museu exibe ainda uma coleção de obras italianas, suíças e da Renânia, datadas do século 13 e 14.  


3. A catedral Notre Dame

A belíssima catedral de Dijon foi erguida entre 1220 e 1240, toda ornamentada com as gárgulas monstrenguinhas distribuídas ao longo de três fileiras horizontais. Lá dentro, aproveite para desfrutar da arquitetura gótica e dos belos vitrais multicoloridos. Mas antes de partir para outra, dê a volta do lado de fora e procure a corujinha –ícone da cidade– descansando em um canto de uma das laterais. Passe a mão esquerda na cabeça da ave e faça seus pedidos! Ainda não sei se funciona. Se rolar, conto depois. 

4. O roteiro da coruja



Todo chão da cidade está marcado com triângulos numerados, com uma corujinha simpática ao centro. Elas sinalizam o trajeto sugerido por um app (€ 3.50), criado pelo departamento de turismo de Dijon/Borgonha. É só seguir as flechas, ir parando em frente aos prédios históricos, fachadas e praças indicadas pelo roteiro e ler a descrição no seu seu celular! Super fácil e prático para quem gosta de viajar sozinho. Sem a gerigonça eu não saberia, por exemplo, que esta casinha do mercador Guilherme Millière, próxima a Notre Dame, é uma das mais típicas e antigas da cidade, de 1483. Ou que a “Praça do Carrossel” tem nome: François Rude – um arquiteto importante local, com um museu homônimo de suas esculturas, abrigado em uma antiga igreja na praça do teatro!


Praça Rude

5. Mercado Central

Como esse post é focado em Dijon, não queria falar das vinícolas aos arredores (Côte de Nuits ou de Beaune) e suas degustações. Isso virá nos próximos capítulos. Mas não tem como fugir de pelo menos uma garrafa de pinot noir ou chardonnay por aqui! E o mercado fechado, que rola três vezes por semana, é o espaço ideal para ver locais literalmente “se jogando” na gastronomia. Quiches, frutos do mar variados, pães, mostardas, macarons, vinhos e os clássicos escargots da Borgonha! Aos fins de semana a coisa ferve e todo mundo se estapeia para encontrar um espacinho mísero no quiosque La Buvette du Marché. Os caras tem uma carta de vinhos enorme, servem diversos rótulos também em taças e ainda preparam umas guloseimas para acompanhar – harmonização com tábua de queijos e escargots. Além de observar a vizinhança fazendo compras e se cumprimentando, ainda pode rolar uma interação. Estava quase para abocanhar um dos queijos a minha frente, quando escuto um “mademoiselle”. Achei que o senhor fosse reprender minha taça de vinho às 10h30 da manhã, mas como ele estava com uma em mãos... O Monsieur só queria mesmo avisar para eu inverter a ordem dos queijos, pois o último era muito forte e iria contaminar meu paladar! Depois ficou lá checando com uma cara de curioso se eu gostaria ou não do sabor. Como eu parecia bastante contente, ele ficou lá com um sorriso satisfeito (e nacionalista) das suas iguarias francesas! 

6. Praça Darcy e Rua de la Liberté

Parque Darcy
No centro, este foi o primeiro jardim público de Dijon, no ano de 1880. O espaço foi criado próximo a um reservatório que levava água à cidade, construído 40 anos antes, pelo engenheiro Henry Darcy. Por isso a bela fonte e suas cascatas na entrada. Os bancos sob as árvores e as quedas d´água são “guardadas” pelo urso branco, uma escultura de François Pompon, cujas obras também estão expostas no Museu de Belas Artes (item 2). Em frente ao jardim, o portão do Guilherme (um primo pobre do arco do triunfo) marca a entrada da “Rua de la Liberté”, um bulevar recheado de lojas, cafés e restaurantes. Aqui estão, por exemplo, desde a galeria Lafayette, até boutiques de chapéus (porque não?) como a “Chapellerie Bruyas” e perfumes personalizados (Les Ateliers du Parfumeur)! Não perca também a famosa loja de mostardas Maille (desde 1747). É possível experimentar desde as versões clássicas até as novas criações como as aromatizadas com trufas negras ou brancas.

portão do Guilherme

7. Poço do Moises 

Este pilar hexagonal, com sete metros de altura, suspenso sobre um poço é uma das obras de arte que restaram do monastério Chartreuse de Champmol, destruído durante a revolução francesa e transformado mais tarde (1833) em um hospício. Cada uma das colunas exibe o rosto de um dos seis profetas do velho testamento – Moises, Isaias, Daniel, Zacarias, Jeremias e David (eu pedi ajuda para os universitários para esta informação, tá?). Algumas hipóteses de estudos de história da arte sugerem que o rosto do duque “Felipe, o corajoso” pode ser visto na imagem do Jeremias. Restos de uma capela e do próprio monastérios ainda podem ser vistos pelo gramado do complexo. 

8. Cinema Eldorado 

                                     Cinema Eldorado
Há quem ache desperdício ir ao cinema em uma cidade nova, mas é um programa interessante sim, principalmente se for uma noite de inverno. Pense em um lugar mais legal que o Belas Artes ou a Reserva Cultural! O espaço é simples, despretensioso, tem um quiosque simples para bebidas, umas mesinhas de espera e uma coleção de revistas velhas de cinema (da década de 60 para frente). Além de só passar filmes legais (a maioria original, com legendas). É um outro ponto interessante para analisar a vida local. E antes de ir para casa, vale ainda dar uma passadinha de madrugada para conferir o Chateau de Gevrey-Chambertin, a 10 Km de Dijon, que está em reforma e só pode ser visto por fora mesmo. O entorno tá meio matagal, mas as muralhas iluminadas pela lua são imperdíveis. 
Chateau de Gevrey-Chambertin

9. Jardin de L’arquebuse e Jardim da Ciência

Dijon está recheada de praças e jardins, mas uma opção interessante para um bate-pernas vespertino é o L àrquebuse. Os cinco hectares de canteiros floridos - com crianças alimentando patos, ciclovias e quiosques de cafés por todo o lado - oferecem um cenário ideal para passeios de fim de semana. No complexo, o museu de história natural (entrada gratuita) abriga uma mostra interativa, cheia de animais empalhados e fósseis antigos de dinossauros e elefantes. 

10. Bares, cafés e bistrôs

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Sobre “cruzar fronteiras” e a tristeza dos que não viajaram

Istock Fotos
Há alguns anos, um colega de trabalho perdeu o pai. Quando o encontrei depois de sua licença, no auge dos meus dezenove anos, dei bom dia e fingi que nada aconteceu. Dentro da minha cabeça até ressoava uma voz – “diz alguma coisa”. Mas fiquei lá, estatelada, sem consegui falar nada. Nadinha, além de um “oi”. Parece insensível, mas pensa bem, que raios vou dizer? Quantos “meus pêsames” ele não deve ter escutado?

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Norte da Alemanha – as docas antigas de Hamburgo (Speicherstadt)

Speicherstadt, Hamburgo
A região do porto de Hamburgo, conhecida como Hafencity, é uma das principais atrações turísticas ao norte da Alemanha. Mas, o distrito das docas, chamado por essas bandas de Speicherstadt, merece também uma baita atenção. Essa área garante um longo bate-pernas com suas casinhas góticas de tijolos vermelhos, canais estreitos banhados pelo Elba e os depósitos das iguarias que chegam dos cargueiros. Sem contar com a imensidão de lojinhas e restaurantes ambientados em um cenário de arquitetura moderna, cheia de prédios envidraçados e áreas arborizadas. Por aqui estão também a famosa filarmônica de Hamburgo (a Elbphilarmonie) – um projeto polêmico, biliardário e megalomaníaco –  e a sede do semanário mais famoso do país, a Der Spiegel.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Alemanha de Norte a Sul: Passeios pelo Elba em Hamburgo



My Movie from Regina Cazzamatta on Vimeo.

Não tem jeito. A melhor maneira de conhecer o porto de Hamburgo e as margens da Hafencity é mesmo de barco. Fato que já dá para perceber pela quantidade de passeios e tours oferecidos ali na Landungsbrücken. Embora a tentação seja grande, qualquer local diria que não há necessidade de pagar uma excursão extra para navegar pelo rio. Basta comprar um tíquete diário de transporte normal e embarcar no ferry 62. Então é só admirar às margens recheadas de prédios de arquitetura arrojada, casas de espetáculo com famosos musicais e as “praias” do Elba.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Veneza em Hamburgo - Alemanha

Estreou sábado passado, no Bucerius Kunst Forum, a mostra “Veneza, a cidade dos artistas”, em cartaz até janeiro de 2017. Sim, esse post é sobre uma exibição aqui da região nórdica e não terá comparações esdrúxulas do Alster com o Grande Canal, dessas que de tempos em tempos somos compelidos a fazer! Já existe a Veneza do Leste (Praga), a de Portugal (Aveiro), a da Escandinávia (Estocolmo) e não serei eu a criar a da Alemanha! De volta ao que interessa. Embora eu ainda esteja na fase de descoberta e me deixando seduzir por Hamburgo, a pequena italiana dentro de mim não aguentou ignorar a vernissage para encarar algo muito mais “Deutsch”.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Norte da Alemanha: “Fischmarkt”, o mercado de peixes em Hamburgo

É uma decisão bem pessoal. Acordar ultra cedo no domingo ou permanecer a madrugada de sábado de olhos abertos e seguir direto para o Fischmarkt. Seja qual for a opção, o importante é ir. A feira, na região portuária, no bairro de St.Pauli, começa à 5h da matina no verão e vai, oficialmente, até às 9h30. Uma tradição em Hamburgo desde 1703, que atrai 70 mil pessoas (turistas e locais) todas as manhãs dominicais.

Hall do Fischmarkt: música, cerveja e peixes
Para os mais céticos, vale uma passadinha nem que seja para observar o movimento. Há de tudo um pouco. Desde aquelas vovós com carrinhos de feira e meias marrons contra varizes, até a galera estragada que virou a noite na esbórnia da Reeperbahn. Alguns estão cambaleando pelas barraquinhas de roupas, bolsas, souvenires e frutas. Outros ainda continuam na cerveja, ouvindo a banda dentro do hall principal. Tem um pouco o clima gastronômico do mercadão em São Paulo, mas com uma pegada mais boêmia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Alemanha de Norte a Sul: o museu de miniaturas em Hamburgo


IMG_1952 from Regina Cazzamatta on Vimeo.

Imaginem os alpes suíços, Roma e até mesmo todo um aeroporto internacional reproduzidos em maquetes perfeitíssimas. Nesse mundo das maravilhas aviões levantam voos, trens percorrem longos trajetos, parques de diversões cintilam com rodas gigantes. É muito fácil voltar a ser criança com a exposição do “Miniatur Wunderland” em Hamburgo, no Speicherstadt, ou o bairro das docas. Há quem realmente fique um pouco cético com essa exibição a la Sheldon Cooper, mas toda a desconfiança cai por terra assim que olhamos para a primeira reprodução. É até chavão, mas passamos o passeio inteiro ouvindo suspiros de fascinação. Não só dos pequenos, só para constar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Vida noturna em Hamburgo: as madrugadas coloridíssimas da Reeperbahn


Travestis do Olivias Show Club
Erotismo, burlesco, strip-tease, comediantes e travestis dão cor ao “red light” distrito de Hamburgo, uma região no badalado bairro de St.Pauli. Há para todos os gostos e bolsos. Mas fato é que uma madrugada por aqui garante boas surpresas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Norte da Alemanha. Descubra Lübeck, a capital do Marzipã

Portão Holstentor, Lübeck
Esta pequena urbe ao Norte de Hamburgo, antigo centro da liga hanseática, é uma baita excursão. Casinhas de tijolos avermelhados, igrejas medievais e o rio Trave dão o charme ao passeio. E não é só isso. Uma das principais produtoras de marzipã do país tem sede aqui, a famosa confeitaria Niederegger. Mas Lübeck não é só a cidade do doce de amêndoa. Viveram por aqui ainda dois pesos pesados da literatura alemã: Thomas Mann e Günter Grass (ambos Nobel de literatura em 1929 e 1999). Outro filho de Lübeck é o Nobel da paz Willy Brandt, ex-prefeito de Berlim e criador da nova política do Leste durante os tempos de Guerra Fria. Cinco motivos que valem a visita:


1. O Portão Holstentor e as docas de sal

Docas de Sal à beira do rio Trave
Quem chega à Lübeck pela estação principal de trem (40 minutos de Hamburgo) será recepcionado por este portão (foto do abre), construído em 1464 para proteger a cidade e seus bens ganhos com o comércio marítimo. A frase em latim “Concordia Domi Foris Pax” (harmonia interior e paz exterior) está cravada na estrutura. Embaixo dos arcos, pintores vendem suas obras aos forasteiros que seguem rumo ao centro. Trata-se mesmo, com o perdão do chavão, do cartão-postal da cidade. À direita do portão, belos armazéns de tijolinhos vermelhos, à beira do rio, serviam para armazenar o sal que chegava à Lübeck antes de ser enviados à Escandinávia. Hoje, uma série de lojinhas ocupam o espaço. 


2. Passeio de Barco pelo porto


Lübeck from Regina Cazzamatta on Vimeo.
Deslumbrar as torres esverdeadas e a arquitetura típica do norte da Alemanha pelo rio é uma experiência e tanto. A embarcação passará pelo porto principal (nem tão belo assim), onde estão atracados diversos barcos com função de teatro, restaurante ou balada. Além da estrela da cidade, a Lisa de Lübeck – uma caravela que de tempos em tempos ainda zarpa para o norte. Pelos canais, à beira de parques, a atmosfera fica mais idílica. Alguns correm à beira do Trave, enquanto outros leem à borda de sua lanchas. Quer ter uma ideia do percurso?  Clica aqui no vídeo.
Arquitetura às margens do rio Trave

3. As igrejas góticas de tijolinhos

Sinos que despencaram com bombardeios da II Guerra Mundial, na igreja Marienkirche
O centro histórico têm quatro igrejas importantes, dignas de visita. A Petrikirche é tipicamente protestante e bem simples. Mas, o imperdível dela é a torre panorâmica, com vistas incríveis para Lübeck entre as águas. E mais: tem elevador! Já a Marienkirche (a terceira maior da Alemanha) marca a paisagem com suas torres gêmeas e esverdeadas. Seu interior é coloridíssimo, cheio de vitrais. Um dos principais destaques são os sinos estatelados no chão. Isso mesmo. Durantes os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, eles despencaram da torre, demoliram o piso e desde então permaneceram por lá como memorial. No interior do templo, há ainda um relógio solar e vitrais que mostram a curiosa dança da morte. Antes de entrar, faça uma foto com o diabo do lado de fora! Diz a lenda que o demo ajudou a construir o templo, acreditando que a construção abrigaria uma casa de vinhos! Por fim, a catedral de Lübeck é a mais antiga da cidade, de 1173, e a Katharinenkirche exibe a “Ressureição de Lazaro”, de Tintoretto.
O diabo que deu uma força na construção da Marienkirche 

4. Uma viagem literária. 

Antiga moradia do escritor alemão Thomas Mann
Ninguém sabe se é o clima chuvoso ou o excesso de marzipã. Mas que Lübeck produz escritores de primeira, isso é inegável. A casa em que Thomas Mann nasceu em 1875 é atualmente um museu. Você aprenderá tudo sobre a vida do gênio de frases enormes e enroladas como jiboia. A origem da família (sua mãe era brasileira), o desenvolvimento literário do escritor, as negociações sobre publicação com a editora Fischer até a emigração para fugir do nazismo. Como os cômodos da casa teriam influenciado trechos da obras de Mann, há nos móveis menção às páginas em que o ambiente é detalhado. Baita viagem pelas letras. Aliás, o museu se chama “Buddenbrookhaus”, em alusão a obra homônima que deu o Nobel ao literato. O romance conta a decadência de uma família burguesa de Lübeck e também descreve vários pontos da cidade. Outra parada essencial para os amantes da literatura é a casa Günter Grass. O autor cresceu nos arredores e também possui uma exibição sobre vida, obra, textos e outro trabalhos artísticos.
Fachada do Museu Günter Grass

5. Planeta Marzipã

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Degustação de Whisky em Berlim

Lista de Whiskies do Galander-Bar Academy

Single Malt, blended Scotch, blended Irish, Bourbon, Rye ou Tennessee? E porque não um single malt japonês? Encher a lata está ficando cada vez mais complexo nesse mundo globalizado. Então se você é bom de copo e ainda curte aprender coisas novas, nada mais indicado que esta degustação da Galander Bar Academy em Berlim. Além de conhecer os diferentes tipos da bebida e suas destilarias, encontramos outras marcas além daquelas mais comercializadas em supermercados e duty frees. Há um mundão a ser descoberto além dos Johnnie Walker, Jack Daniels, Talisker ou Laphroaig! 

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Dez Motivos para nunca deixarmos de Viajar

Istockfotos

1. É o melhor investimento em nós mesmos

Gosto é gosto e cada um usa sua grana do jeito que achar melhor. Mas pensando bem, o rico dinheirinho deixado na viagem nunca será mal aplicado. Um carro milionário e ostensivo só serve para desvalorizar e chamar atenção nos faróis. Roupas de marca fazem você parecer uma vitrine ambulante e elas sairão de moda e ficarão gastas de qualquer forma. Seu investimento em um cabelo sedoso e uma pele maquiada também se perdem depois de um bom banho com água e sabão! Um IPhone não é nada mal, mas a belezinha também desvaloriza e entre ver o deserto na telinha ou enfiar seu pezão na areia, a aventura in loco ainda está com bônus.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Sul da Alemanha: o Ninho da Águia e o refúgio de Hitler

O ninho da Águia, nos alpes de Berchtesgaden
Uma das montanhas que pincelam o visual da pequena cidade Berchtesgaden é a Obersalzberg, uma belezura só recheada de panorâmicas imperdíveis – o belíssimo e translúcido lago Königssee e os alpes coberto por nuvens branquinhas. Não que a bela natureza tenha culpa do desenvolvimento histórico, mas foi essa exuberância a responsável por tonar o lugar um dos retiros favoritos de Hitler. Tanto que um grupo de puxa-sacos colocou quase 3 mil operários para trabalhar na construção do que seria o presente de 50 anos do Führer – o Ninho da Águia (Kehlstein), uma casa de chá para serviços de representação do Reich. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Sul da Alemanha: Descubra os alpes de Berchtesgaden na Baviera

Lago Königsee clicado da montanha Jenner 
É difícil não associar a Bavária com Munique e o emblemático castelo Neuschwanstein – aquele que inspirou o da Cinderela – em Füssen, ao fim da Rota Romântica. Mas, o fato é que esta região tem muuuiiito mais a oferecer. Vamos falar, por enquanto, só da pequena Berchtesgaden, uma cidade super charmosa cercada por seis montanhas e banhada pelo límpido lago Königssee. Quer conhecer esse achado ao sul da Alemanha? Então clica aqui no blog e não perca o vídeo do teleférico rumo aos alpes! 


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Alemanha Central: Festival de Música “Kultur Arena” celebra 25 anos

Festival de Música Kultur Arena em Jena, Alemanha
O verão dura pouco em terras germânicas e exatamente por isso curte-se ao máximo a temporada ensolarada e recheada de festivais ao ar livre. Em Jena, uma cidade universitária com 30 mil estudantes, banhada pelo rio Saale, o auge da festa é o Kultur Arena. São seis semanas de shows de diversas bandas europeias e internacionais que chacoalham o clima da pequena urbe! Quer conhecer um montão de bandas novas? Então clica aqui no blog ou venha pra Jena! 

sábado, 16 de julho de 2016

Pokémon Go na Alemanha: Weimar

Pokemon - Weimar, Alemanha
Sabadão. A semana terminou com três grandes manchetes – o golpe de Estado na Turquia, o atendado terrorista em Nice e o lançamento do app Pokémon Go! Coisa séria. Depois que passei dos dez anos, nunca mais fui tão vidrada em jogos. Minha última paixão juvenil foi o Sonic e desde então abri mão do mundo geek. Afinal, quem deixa de tomar uma breja, preparar uma massa com vinho ou pegar um cinema para jogar Warcraft, Angry Birds ou Minecraft? Sorry, essa frase foi só para causar! Acho legal quem joga na privada, desde que não me convide! 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Espanha: Galícia e sua orgia de frutos do mar

Navajas 
A Galícia é famosa pela qualidade e variedade de tudo que vem dos mares. Mariscos de primeira, fresquinhos e saborosos, mas também para lá de bizarros. Tenho a impressão que Iemanjá foi muito mais generosa com os espanhóis! Quer conhecer algumas dessas delicatessen esquisitonas? Então continue lendo nossa seleção de iguarias para cair de boca! 

As da foto aí de cima são as navajas. Um marisco branquelão e comprido em uma concha em forma de navalha, o que lhe dá o nome homônimo super simpático. Dependendo do local onde é servido, vem com bastante areia nas pontas, mas é só arrancá-las e mandar ver. Regadas com um saboroso azeite espanhól não tem pra ninguém!
percebes
 Esse estranhão aí de cima são os percebes - clássico "weirdo"! É preciso tempo para aprender a admirar. Apesar do aspecto excêntrico, tem gostinho de mar, é bem saboroso, aliás. Pena que sejam tão caros (um quilo pode custar entre 60 e 120 euros, dependendo da temporada). Mas dá para pedir uma porçãozinha menor por 20 pilas só para experimentar. O problema é a extração dos dito-cujos das pedras no mar. Os "perceberos" praticamente arriscam a vida brigando contra os golpes das ondas para apanhá-los. Para comer, é preciso tirar essa unha e puxar a carne de dentro dessa pelanca preta. Coragem que vale a pena!

Vieira 
A Viera é a clássica concha de Santiago, aquela que os peregrinos carregam amarradas nas mochilas. Esta da foto está gratinada. É uma porção única da carne, que dá para comer em uma tacada só. A unidade pode custar de 9 a 13 euros, como entradinha. Não é lá um prato econômico, mas é delicioso. Se você pedir, alguns locais ainda te dão a concha como lembrança. Assim, não é preciso comprar aquelas "fake" das lojinhas de souvenires! Em outros países como na Alemanha, a iguaria chama Jakobsmuschel, ou seja, a concha do Santiago. Mas é vendida congelada e sem a casquinha! :(

terça-feira, 5 de julho de 2016

Alemanha Central: Descubra Erfurt, a capital da Turíngia

Com 200 mil habitantes, Erfurt é a maior cidade do Estado da Turíngia, considerado o coração verde da Alemanha. Uma belezura repleta de ruelas medievais, riachinhos e uma catedral monstruosa do século 8. Pena que acabe muitas vezes ofuscada pela vizinha e turística Weimar. Mas o que Erfurt tem mesmo a oferecer? Listamos dez passeios imperdíveis para quem quiser fazer uma visita a essa tímida e recôndita cidade.

domingo, 19 de junho de 2016

Alemanha e as festas medievais

 Festas populares são bastante comuns por toda Alemanha. Na região central há, por exemplo, a Festa da Cebola, em Weimar, que tradicionalmente celebrava o fim da colheita, no mês de outubro. Ou também a Krämerbrückefest, em Erfurt, que acontece todo terceiro fim de semana do mês de junho. Esperam-se neste fim de semana pelo menos 150 mil visitantes pelas estreitas ruas da cidade!

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Alemanha Central: Weimar

Que p... é essa? 


Tem uma seção nesse blog dedicada só as peculiaridades alemãs (Deutsche Sachen) ou como uma amiga minha diria, xaropadas. Mesmo morando há oito anos por aqui, de tempos em tempos ainda exclamo “mas que cazzo é isso”? Eis que hoje, voltando da biblioteca (quando estou com preguiça de escrever a tese, vou até lá recolher uns artigos), dou de cara e orelhas com esse cercadinho de jardim, onde pessoas batucam qualquer coisa e se denominam o Jardim do Woodstock. Ah?

Competição de Anões de Jardim

Jardim do baú do tesouro

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Nostalgia – qual é a sua?

istockphotos
Hoje pela manhã passei uns cinco minutos parada em frente à máquina da Nespresso, tempo muito maior que o necessário para apertar um botão e retirar minha xícara da tão estimada bebida matinal. Fiquei lá pensando em quanto tempo não passo um café daqueles de coador, com aspecto de meia suja e chulezenta. Juro que sou a personificação da geração easy-jet, que puxa mala correndo para não se atrasar, carregando o copo descartável de cappuccino, máquina fotográfica a tiracolo e celular em alguma mão livre. Mas hoje senti uma saudade tão grande daquele ritual de esquentar a água numa chaleirazinha (até olhei torto para a garrafa elétrica), colocar filtro no coador e derramar a fervura sobre o pó. Cinco minutinhos de espera em que o aroma dos grãos invadem o apartamento e nos leva aquele nirvana dos aficionados por café.

domingo, 5 de junho de 2016

Alemanha Central: a Bauhaus em Weimar

Quer saber o que fazer em Weimar? Uma das principais atrações da cidade, além do Goethe e do Schiller, é a Bauhaus – a famosa escola de arquitetura! Tem quem ame ou odeie, mas o significado da universidade para a época é inquestionável. A arte como deveria ser: simples, funcional e acessível a todos. Este vídeozinho da emissora "Arte" (agora com legendas em português) conta o desenvolimento da Bauhaus e seu vínculo com Weimar! Assistam!


Bauhaus 1 from Regina Cazzamatta on Vimeo.

Outros posts sobre Weimar:

Nos passos de Goethe e Schiller

Mercado das Cebolas 

A Biblioteca Anna Amalia

Spacekid Headcup - Weimar

Restaurante Anna Amalia - Hotel Elephante 




terça-feira, 17 de maio de 2016

Alemanha Central: Descubra o belíssimo parque nacional Hainich tombado pela Unesco

A Turíngia, uma região pouco explorada pelos turistas brasileiros, é também conhecida como o coração verde da Alemanha por conta da sua densa mata virgem. Quem visita o Wartburg, — aquele castelo medieval em que o Lutero ficou escondido e traduziu a bíblia para o alemão —, nota imediatamente esse mundaréu de árvores que se apinham no infinito.