terça-feira, 28 de novembro de 2017

Londres e Imprevistos cotidianos

ou como a Europa anda muito da esquisita...

Nunca pensei tanto no Stefan Zweig como esse final de ano. Não por sua frase célebre – “Brasil o país do futuro” – afinal, a otimista observação sempre foi vista com gracejos irônicos sobre esse “Zukunft” imaginário! Tempo é uma questão de perspectiva mesmo. Provavelmente porque somos brasileiros e não desistimos nunca! Rá. Mas, dessa vez, não é o Brasil e sua cara de peroba, mais sem graça e estúpida que as pegadinhas do malandro, que não me tiram o autor austríaco da cachola. Há uns três anos li “O Mundo de Ontem, Recordações de um Europeu” (acho que é esta a tradução) em que ele descreve suas andanças pela Europa “livre, leve e solto”. Como diria Caetano “sem lenço, sem documento”. Perambulações antes da Primeira Guerra Mundial, quando passaportes não eram necessários. Na verdade, o livro mostra essa estrutura toda se rompendo e as consequências das bizarrices políticas do século XX na vida pessoal do autor. Ainda assim, não parece um sonho poder ir e vir sem ter que apresentar documentos, extrato bancário, cor da calcinha, estilo de depilação, estatura e toda sua vida pessoal? Dreamer...